11/12/2007

TrÊs músicas!

Primeiro gostava de colocar aqui uma música que, apesar de conhecida, conseguiu ser melhorada por um tal fulano Havaiano mais pesado que um lutador de sumo mas que cantava bem como o caraças - que é o mesmo que dizer que cantava bem que se farta. IZ, de seu nome, morreu aos 38 anos.

Enjoy...



Depois queria partilhar esta outra versão, instrumental, da mesma música mas tocada por um outro fulano, ao contrário do primeiro no peso, também é bom como o caraças - que é o mesmo que dizer que toca até dizer chega que é para não entrar em ordinarices! Só que este não canta. Toca guitarra como muito poucos no mundo!



Finalmente, o mesmo fulano, numa im...provisação im...pressionante! É caso para dizer:
"Ó meu grandessíssimo e alternadíssimo cão... Se fosses tocar para a pata que te pôs!..."



Ps: podem aproveitar quem tiver tempo de sobra e dar uma espreitadela a outros vídeos deste senhor guitarrista australiano de seu nome Tommy Emmanuel.

SAFEM-SE OS DOUTORES

Esqueçam-se, por breves instantes, de que somos o país com maior índice de insucesso escolar na Europa. Esqueçam-se ainda que os nossos estudantes têm das médias europeias mais baixas. Estão esquecidos !?...

…Então agora, e analisando somente aqueles “heróis” que conseguem acabar um curso superior, contem o número de “doutores” que habitam entre nós. Mas antes de contar respirem fundo, porque vão demorar algum tempo.

O nosso país, que importam aqui as glórias passadas, tenta agora dobrar o cabo de crise que tanto o atormenta, e, navegando sem vela, num barco de casco roto, de patilhão antigo, e com a corrente sempre contrária, não protege aqueles que mais vão ter que remar no futuro. Só que esses, mal saem das escolas de remo, os que saem, já querem ser doutores timoneiros, passando os remos para os outros que ainda não têm força.

Chegados ao Instituto Superior de Vela, sonham com a futura farda de Almirante. Aquela que ostentará medalhas de canudo, e que começam por Dr.

Porque o que é importante é querer comandar, desprezemos aqueles que remam, que, com sorte, talvez não saibam nadar se o navio nacional for ao fundo. E se for, então que se safem os que sabem nadar. Porque desta política para “safar”, percebem aqueles que a fazem.

É na condição de doutores da ideologia do suficiente, que nem cruza oceanos nem se afunda, que os agora Doutores almirantes vão querendo liderar os barcos, mesmo que sejam uns pequenos salva-vidas.

Superior é o curso, e DR a designação. E já se quis ser doutor. Agora quer-se ser alguém, entre os doutores que somos todos nós.


Tantas graduações, tantos mestrados, tantos doutoramentos. A este país de doutores, onde os verdadeiros estão lá fora e os que se safam são safados, digamos Basta. Ou melhor, Safa!!! – Ai, desculpe senhor Doutor!...

07/12/2007

Faz-me confusão...

Faz-me confusão apertar a mão a senhoras. Faz-me confusão!...


Primeiro porque, e a regra manda que um homem, numa situação de cerimónia, deixe que a senhora ceda gentilmente e primeiro o modo de cumprimento, nunca dão apertos! Dão encaixes descontraídos de palma morna. Esqueço-me, quase sempre e por falta de hábito no hábito, que não posso apertar a mão com força! Ou posso!? Afinal trata-se de um aperto de mão ou não? Mas por outro lado apertar a mão às senhoras "à homem" é feio.


Então como é que se aperta?


Partir para o beijinho sem permissão antecipada e sub-entendida de uma senhora é falta de educação - já me disseram. Mas, e admita-se, às vezes a espera pela decisão feminina do modo de cumprimentar é confrangedora... Nada que um beijinho pouco apoiado na face não resolva o acto que se pressupõe instantâneo - pensava eu há uns anitos quando a idade ainda deixava desculpar alguns actos característicos da adolescência indefinida.


O que é que me acontece na maior parte das vezes?... Espero, e quando me dão a mão não sei o que faça - se dou um aperto, ou se retribua com um encaixe morno e frouxo que me retira o jeito e me afina o desconforto.




Com as mulheres da minha faixa etária isto não acontece! Dá-se logo o beijo e pronto. Com as mulheres que me olham ainda como menino também não!


Agora com as senhoras...


...Pronto lá vem outro desacerto de mão.

29/11/2007

Não faz mal nenhum...Mas chateia-me

Mandar pontapés na gramática é prática corrente nos dias de hoje. Seja em textos escritos, seja na fala quotidiana ouvem-se cada vez mais erros comuns.



Há tempos fui fazer análises e a médica disse-me, quando soube que eu era arqueólogo, que o que a fascinava mais era a "filigrama" grega e romana! Que diabo! Estava à espera que uma médica, que em princípio é mais instruída que um varredor de rua, dissesse filigrana, ou que, pelo menos, se calasse para não dizer disparates.



E mais... a páginas tantas ainda rematou com outra bujarda. Numa das visitas dela a Roma viu umas ruínas que o guia que a acompanhou disse terem sido "Bordéus" (em vez de bordéis). O guia até deve ter dito bem. Ela é que não!



Para além destas pequenas grandes coisas que me fazem logo rotular pessoas que não conheço de uma forma rapidamente involuntária, ainda há outras que, apesar de não serem tão graves, me irritam. Não por serem propriamente erros de gramática mas por serem falta de esforço na dicção oral.



Por que raio é que há pessoas que insistem em dizer "Salchichas" em vez de Salsichas e "Manchéchetér" em vez de "Manchéçetâr" (Manchester). É que o que aqui me irrita é o facto de, na maior parte dos casos, elas até saberem como é que se escreve. Só não se importam com o facto de parecerem idosos de 90 anos sem placa a pronunciar palavras...



E nem estou a falar das "Chalchichas"...

"Chiça!" (e não chixa) será assim tão difícil falar pelo menos com cuidado!?...

21/11/2007

Arqueossismologia - primeiras referências nacionais!?

De há dois anos a esta parte tenho dedicado a minha investigação à Arqueossismologia. Desta investigação resultou um artigo que será brevemente publicado numa revista ainda a definir.


Mas quero fazer um elogio a um recente colóquio a que assisti. A palavra de elogio dirige-se a todos aqueles que contribuíram para a sua realização - desde a sua organização até aos próprios comunicadores.

O II Encontro de Arqueologia da Arrábida, numa homenagem ao arqueólogo A. I. Marques da Costa, focou-se numa abordagem panorâmica de muitos dos trabalhos que se têm vindo a desenvolver na região do distrito de Setúbal mas, e é aqui que quero chegar, destacou-se pela referência à hipótese arqueossismológica para a destruição de alguns sítios conhecidos, nomeadamente do período romano.

Embora ainda pouco sustentada, a arqueossismologia começa a ser posta em prática e a sua aplicabilidade definitivamente reconhecida.

Pelas pessoas do Doutor Carlos Tavares da Silva e Doutora Françoise Mayet a hipótese sísmica para a destruição e abandono de alguns sítios costeiros do período romano, sustentada a partir de níveis arqueológicos balizados cronologicamente entre o final da segunda metade do sec. II d.C. e os início da primeira metade do sec. III d.C., tomou forma numa apresentação bastante equilibrada e coesa sob o ponto de vista científico, uma vez que se baseou na comparação crono-morfológica de níveis arqueológicos de abandono idênticos.

Tenho, contudo, uma opinião muito pessoal e restrita em relação a essa abordagem hipotética (aliás só a afirmo aqui porque também já o havia feito pessoalmente à Doutora Françoise Mayet embora de uma forma mais resumida). A minha opinião em relação à hipótese, ainda que bastante tentadora, de abandono daqueles sítios arqueológicos por causa de um forte sismo seguido de um tsunami, é ainda um pouco precipitada. Apesar de se basear em fontes seguras que afirmam e comprovam a existência de um forte episódio sísmico no golfo de Cádiz, mais concretamente na cidade romana de Baelo Claudia, ainda não foram encontradas provas arqueossismológicas de um evento como este noutros sítios costeiros do mesmo período mais a sul do nosso território, factor que seria essencial para suportar a teoria de um sismo com epicentro no oceano atlântico e que teria afectado toda a costa SW da Península Ibérica. Segundo o artigo de P. G. Silva et al (2005) - Archaeoseismic record at the ancient Roman City of Baelo Claudia (Cádiz, south Spain), o epicentro sísmico que destruiu a cidade romana de Baelo terá sido, em princípio, na zona de Gibraltar.



Para além disso este artigo ainda refere outros dados que não jogam a favor da recente teoria luso-francesa: foram encontrados vestígios de destruição sísmica que apontam para dois episódios diferenciados - um por volta de 50 d.C. e outro por volta da segunda metade do século IV d.C. Muito embora tenham deixado em aberto a hipótese de um epicentro mais afastado da costa de Cádiz - talvez no atlântico -, e até façam referência à eventualidade de toda a costa SW da Península Ibérica ter podido observar diversos episódios sísmicos ao longo da história, os autores desse artigo preferem enveredar por uma hipótese mais localizada para a origem das duas catástrofes.

Concluindo, nem as datas apresentadas para os sítios romanos no actual território português (numa área que se estende desde Setúbal até Sines) se coadunam com as da cidade de Baelo, nem a hipótese do epicentro sísmico comum para a destruição das duas zonas (Setúbal e Cádiz) se verifica muito provável. Contudo, relembro que os autores do referido artigo não afirmaram categoricamente a sua certeza quanto ao local do epicentro sísmico. Basearam-se apenas em probabilidades geologicamente atestadas.

Ainda assim queria deixar aqui espelhado o meu agrado pelo esforço multi-disciplinar efectuado pelos intervenientes e pela forma como foi proposta tal teoria que para muitos ainda é extraordinariamente estranha. De uma forma leve, mas nem por isso leviana, foi tocada pela primeira vez em Portugal e num congresso a que isso não se prestava, a hipótese arqueossismológica para a destruição de um sítio arqueológico, ou, neste caso, de vários sítios do mesmo período.

A arqueossismologia, ou por outra o estudo do impacto dos sismos em sítios arqueológicos, começa a ser posta em prática e a sua utilidade efectivada nos estudos e trabalhos de arqueologia em Portugal.


Apraz-me saber que o meu esforço de divulgação deste ramo da geoarqueologia não foi inútil, muito menos inoportuno!

19/11/2007

Terminal em obras!

O Terminal está de volta mas temporariamente mais desconfortável!


Antes de começar a ordenar aqui mais letras vou primeiro explicar porque é que não tenho vindo ao Terminal terminar ideias (perdoem-me o pleonasmo cacofónico). Nestes últimos tempos tenho estado ocupado (trabalho; mestrado; saídas; chegadas...). Para além de ocupado, desinspirado! Para além de desinspirado, chateado.


Sim, e até mais que chateado, irritado com o "meu" clube de futebol. Não é preciso dizer que o Sporting anda a jogar mal e com pouca vontade (com excepção do jogo INTERNACIONAL com a Roma).


Fátima, Braga... Se isto continua assim e se o Sporting resolve começar a jogar mal contra todos os clubes pertencentes a cidades que tenham Sés e monumentos a "Nossa" Senhora... Estamos tramados, ou não fossemos nós um país profunda e vincadamente católico - apesar dos muitos não praticantes.


Por falar em não praticantes, há dias, em conversa de família, cheguei à conclusão que o Papa Benedito XVI (ou Bento pós tugas) disse a primeira coisa correcta até hoje. Parafraseando o procurador de Deus: "Não compreendo como é que podem haver católicos portugueses não praticantes!"


Concordo plenamente!


-"Epá eu!?... Eu sou católico não praticante!"

-"Não praticante? Como assim!?

-"Atão, acredito em Deus mas não vou à igreja nem rezo habitualmente! Não preciso de rezar para acreditar em Deus!"


Acho que se pode mudar esta pequena conversa para uma coisa do género:

-"Epá eu!?... Eu sou nadador não praticante!"

-"Não praticante? Como assim!?

-"Atão, acredito que sei nadar mas não vou à piscina nem nado habitualmente! Não preciso de nadar para acreditar que o sei fazer!"


Enfim, o extrema e católicamente ortodoxo Ratzinger lá mandou uma para a caixa. Mas afinal de contas que história vem a ser essa de católico não praticante. Ou se pratica, ou não se pratica! Ou se nada, ou não se nada! E mais nada!



A propósito do nada e voltando ao início quero deixar um conselho ao Senhor Paulo Bento: tente colocar em campo um onze habitual. Não sei!... Assim de repente, e aqui para nós que somos só nós, o Sporting até podia começar a habituar-se a JOGAR EM EQUIPA!!! E não me venham com a desculpa das lesões porque as que houve foram logo no início da época.


Com tanta experiência até pode ser que a gente experimente não ganhar mais uma época! Ãh!!! Ora vamos lá experimentar!...



Ou serão os jogadores do Sporting não praticantes!?...

-"Não praticantes? Como assim!?

-"Atão, acreditam que sabem jogar mas não jogam habitualmente! Não precisam de jogar bem para acreditar que o sabem fazer!"

Tatuagens Nominais

Das primeiras coisas que nos são dadas quando nascemos, para além das bofetadas nas nádegas e dos apalpões na planta dos pés (talvez essas cócegas intempestivas sejam uma tentativa frustrada de contrariar a choradeira), são os nomes próprios!


-"Então tu és o Miguel!...", diz a enfermeira ajudante que já sabia que o nome escolhido ia ser aquele desde que a mãe deu entrada no hospital.



Depois da terrível compressão parietal e do cansaço respiratório, o, agora e lavado, Miguel aceita-se nos confortos alternativos da manta esterilizada e do colo da progenitora. Com os olhos filtrados pela felicidade e pelo alívio, a mãe acha-o bonito e exclama quão perfeitinha lhe parece aquela obra a que muitos gostam de chamar divina. Divino ou não, o Miguel passou a ser, definitivamente, Miguel!...

Arrisquei este exórdio fictício para situar o leitor na próxima divagação e tentar fazê-lo concordar comigo na resposta à seguinte questão: "Não estaremos a fazer uma espécie de tatuagem nominal definitiva a uma criança, quando lhe atribuímos um nome próprio!?" Pois parece-me que sim! Não estou a dizer que conheço melhor alternativa, até porque seria inútil perguntar ao bebé qual era o nome que ele preferia.


Desenvolvo. Sem querer estar a ser determinista e porque também nem gosto de adjectivos que acabem em "ista", parece-me que existem três grupos de pessoas que se tatuam. Um primeiro, referente àquelas que, por um motivo qualquer, decidem fazer apenas uma gravura permanente, motivada por um qualquer desejo de promessa ou objectivo! Um segundo grupo que diz respeito àqueles que apenas querem decorar o corpo, mesmo que isso signifique gastar metade do ordenado mensal (neste segundo grupo estão alguns daqueles que eram do primeiro mas ficaram viciados no acto de tatuar o corpo - soube há pouco tempo que se pode ficar viciado neste tipo de acções). E, finalmente, um terceiro grupo que reúne as pessoas que querem, assumidamente ou não, dar nas vistas resolvendo camuflar a pele e o ego com representações variadas querendo, com isso, dissimular uma fraqueza - não tenho nada contra, nem a favor.




Apesar da diferença óbvia entre a pessoa que se tatua e a pessoa que dá um nome a alguém, se repararmos, existem hoje em dia semelhanças na comparação que vou apresentar de seguida. Se quisermos, e sem qualquer malícia subjacente, podemos formar três grupos de pessoas de acordo com o nome que lhes foi "tatuado" à nascença: No primeiro estão inseridos os nomes clássicos isolados e/ou pouco usuais nas grandes metrópoles (Olegário, Raimundo, Belmiro, Leopoldina, Gertrudes, Rosália, Marcelina, etc.). Num segundo estão aqueles, compostos ou não, mais usuais e a partir dos quais não se consegue adivinhar a origem social (João, Miguel, Pedro, Gonçalo, José, Rita, Ana, Inês, etc.) Existe finalmente um terceiro referente àqueles nomes que, pretendendo na maioria dos casos ostentar a origem "nobre", se inspiram em listas régias (Afonso, Guilherme, Martim, Sebastião, Beatriz, Leonor, etc.).


É certo que existem excepções no agrupamento nominal que fiz. Mas julgo que não ando muito longe da realidade se disser que há, de facto, uma semelhança entre o tatuador e o nomeador - a perpetuação definitiva de uma marca pessoal. O que acontece é que o sujeito que se tatua, fá-lo por opção numa determinada altura da vida. Já o nome que lhe foi "tatuado" não teve o seu consentimento.


Vamos lá, esta temática até nem é muito importante. Mas, convenhamos, importa bem mais que a vitória dum fulano numas eleições internas e partidárias.

08/10/2007

100 Assuntos para Escrever ou As dezenas da escrita

A Escrita pode ser uma rádio. Às vezes com apenas dez ouvintes.

A má Escrita pode ser um trinta e um.

A boa Escrita pode tornar-se Jazz dos anos quarenta, ou Rock dos anos cinquenta.

Mas mesmo quando a vontade se senta e a preguiça se tenta, são oitenta ou noventa as razões que impedem que a Escrita fique sem motivos para se fazer.

28/09/2007

Referendo

Anuncio os resultados da votação que tinha colocado neste blog. À questão Concorda com o espancamento de Gonçalo da Câmara Pereira em Praça pública?, a hipótese Só se o puder atear com querosene ganhou com maioria absoluta (24 votos - 58%). Em segundo lugar (10 votos - 24%) ficou a hipótese Sim, mas devagarinho.

As restantes possibilidades partilharam 2 votos cada (4%) com excepção de uma - o Não. Esta última, ficou com três votos (7%). Levado a pensar que deve ter sido engano dos eleitores ou, melhor, erro informático, o júri decidiu por unanimidade ignorar este último resultado.


Encarregar-me-ei de encaminhar este post para o Parlamento, e assegurar-me-ei da sua devida leitura em Assembleia Parlamentar.


O Blogger


João Araújo Gomes


PS: Obrigado pela votação

O Tuga!

Expressão relativamente recente, Tuga é uma palavra em voga! Ela é tão usada nos dias de hoje que até acho que o Prontuário Ortográfico deveria inserir uma nova classificação para ela: Adjectivo Sintético Orgulhoso.

Senão vejamos,

Pequena situação fictícia:


...-"Então mas a senhora não viu mais nada!?"
-"Não Sr. Agente! O que eu vi foi o taxista a dar três tabefes no homem do gás!"
-"Mas não sabe porque é que foi?"
-"Sei. Foi por causa da factura que vinha com um engano!"
-"E como é que foi a agressão? Tinha alguma arma!?"
-"Não Sr. Agente, foi mêmo só ao soco!"

Ao saber desta história no dia seguinte pela pessoa de D.ª Alzira, o Marcelino do Talho respondeu: "Acho bem. Eu tinha-le dado mais duas. Mesmo à Tuga!!!"


Pequena situação fictícia (2):

...-"Trouxeste as sandes de atum?"
-"Bolas homem, já te disse que os miúdos são alérgicos ao marisco!"
-"Ó minha cabeça de pneu, atum é marisco!?"
-"Olha, agora já está! Comes de panado e acabou-se"
-"E as minis? Puseste-as na geleira!?"
-"Pus! Ó Homem cala-te e põe o carro a trabalhar!"
-"Ó Pai o Nelson tá-me a mostrar os macacos!"
-"Ai o caneco, daqui a bocado ninguém vai Costa e vai tudo pa casa da Avó Maria!"

Sr. António, vizinho do 4º andar, passou ao lado do carro da família estival e ouviu o grito de revolta do patriarca. Ao mesmo tempo que alivia a marca na barriga deixada pelo elástico do fato-de-treino, sorri baixinho para o palito: "Ah ganda Zé! Mesmo à Tuga!!!"


Por outro lado, Tuga também se pode usar para dar ênfase a uma descrição ilustrativa de uma determinada classe. Social!? Não! Classe nacional! Por outras palavras e exemplificando mais um bocado, podemos também ofender alguém se lhe chamarmos Tuga na altura certa:

-" Mas a Sr.ª está a pensar que vai passar à minha frente!? É mêmo à tuga! Faz-se de distraída de passa-nos à frente! Isso é que era bom! Vá lá retirar a senhazinha que isto aqui há congelados pra todos. E não se preocupe que eu não lhe roubo a pescada!..."


Enfim, é uma expressão, convenhamos, bastante plástica e sucinta para descrever uma característica universal do ser humano mal formado, mas que se aplica na perfeição aos portugueses que insistem em praticar a política do Safa! Exclusivamente nossa? A não ser pela origem evolutiva nominal Português/Portuga/Tuga que faz com que seja mais lógico que só se aplique a expressão Tuga aos portugueses, O Tuga pode ser qualquer um.


Queremos é teimar que somos mais espertos e diferentes sem termos a consciência de sermos iguais a outros tantos europeus que, como nós pretensos Tugas exclusivos, se orgulham do próprio país enquanto houver sandes de coirato e não for proibido cuspir para o chão.


Com isto pode concluir-se que o Tuga, apesar de expressão nossa, é muito mais que uma classificação de um determinado tipo Português. É a classificação de um fulano que se julga Chico, embora José, sempre esperto; carapau, embora cherne, de corrida.


E lá vai indo o país como pode e como não pode, sempre criativo e, agora, armado em Bordalo Pinheiro a inventar expressões.

(Aposto que foi um Tuga que a inventou!)

24/09/2007

...Obrigado

Click here to watch "king-singers---and-so-it-goes"

Deixaram a minha norma arrumada no bolso durante dois minutos. Roubaram-me normalidade e só ma devolveram depois com abraços. Ofereceram-me uma linha que usei para amarrar o estômago e que só se partiu com os sorrisos dos outros.

Esses outros, enormes, serviram-se de mim para obter o prazer egoísta das oferta sem recibos, a sensação de conforto retirada da lembrança, o gosto saboroso do bolo da surpresa. Ganharam no fundo alegria. Ofereceram-me aquilo que eu acho que não cabe na palavra amizade: Sorrisos - tudo.

No dia 23 de Setembro, e organizada pela pessoa que mais respeito no mundo, a festa esperava-me impaciente, já sem jeito para se sentar nem forças para não gritar, num qualquer sítio que nem precisava de local certo e que passou da estereotipada decoração à mágica ilustração em menos de 3 segundos após se soltarem as vozes mal presas dos meus amigos.

Este texto, insuficiente, quer agradecer uma das melhores prendas que me deram até agora. Quer dizer a todos eles que o gesto sincero da presença se tornou muito mais que lembrança. Agora recordação. Sempre saudade.

Voluntário e já expurgado das intermitências lacrimais, agradeço o presente prazente e, ainda de espanto aberto, abraço-vos a todos com um grande Bem hajam.

Permeável e Permanente,

João

30/08/2007

Volta e Ida

Andei por aqui, não sei muito bem por onde, numa semana a organizar tentativas, algumas delas profissionais, até me dar conta que me ia ausentar de novo. Desta vez para fora de Portugal e para fora de meditações - ou não fosse o trabalho um castrador feroz de divagações interiores!

Seja como for, e para não partilhar deliberadamente as memórias das férias que já se passaram, digo apenas isso mesmo: foram boas, obrigado, mas já passaram! Agora há-que trabalhar e aproveitar a oportunidade que o clima vai dando para andar de T-shirt, caso contrário terei mesmo de arregaçar as mangas...

Por falar nisso, nisso isto é, em mangas... É impressão minha ou esta expressão é obsoleta!? Não seria mais actual usar-se um "ligar o computador", por exemplo!? Embora admita que o acto de arregaçar o que quer que seja, ordinarices à parte, seja muito mais audaz e voluntarioso!!!

Com uma pequena lembrança de um dia bem passado em pleno mar alto, despeço-me até ao dia em que aqui voltar a parar. Quando é?!!!

Depois logo se lê...

26/08/2007

Sem verso sem Tempo (converso com tempo)

O Tempo lima-nos as arestas da soberba
Com lições de silêncio.

O Tempo gasta-se nas festas da infância
Sem emprestar minutos ao espelho.

O Tempo foi aquilo que quisemos chamar à preguiça de um Infinito que não se quis colar ao verbo.

Por isso é que gosto mais de decorar um segundo, primeiro, com uma rima; um minuto, segundo, com um verso; uma hora, ora aqui ora ali, com um texto espelhando aquilo que vejo naquilo que tento.


...


Tempo

Soluço

Tudo

Salpico

Imperfeito

Feito

Gesto

Ruína

Sono

Palavra

Astro



Nome

Nada...

Verbo!?

Como é que se conjuga Tempo?

09/08/2007

Férias e Homenagem

E depois vem o descanso!...

Uma vez que os cinco dias de férias que tive no ano passado não souberam a nada, muito menos ao que quer que fosse, este ano e a partir de amanhã, vou dar 15 dias de descanso ao corpo e outros tantos de avanço ao cérebro. Irei praticar aquele desporto a que muitos gostam de chamar Não fazer peva e que eu tanto gosto de chamar Meditar.

Meditarei, portanto, sobre, e por exemplo, este meu blog que tenho vindo a construir nos intervalos da obrigatoriedade profissional e da escassez de motivação efectiva.

Vou, agora e para outros mais distraídos, 15 de férias, caraças, e vou aproveitar todos os 21600 minutos com a maior das tranquilidades...

E por falar em "tranquilidade" (leia-se [dranguilidâde]). Quero também, aqui e hoje, deixar a minha homenagem aos responsáveis pela campanha de venda da GameBox propagandeada no site do Sporting.

Para quem ainda não tenha visto, incluo também os que não sejam adeptos ou simpatizantes, recomendo a visita aquele sitio e a experiência única de ver como se pode fazer boa publicidade sem ofender susceptibilidades. "Clica aqui para ajudares o Mister" (Só têm de pôr o vosso nome e um número de telefone que esteja perto de vocês. Se não limparem os Cookies vão parar a outra página. Se isso acontecer vão, pura e simplesmente ao site www.sporting.pt)!

Boas férias!


Post scriptum: Talvez acrescente alguma coisa ao blog durante o meu período de meditação!...

08/08/2007

Canyoning

Aqui há tempos pude partilhar com a minha namorada uma nova experiência: o Canyoning.

Fomos para o rio Teixeira e para a ribeira de Vessadas passar dois dias a namorar aqueles cursos de água com as cordas emprestadas pela escola que nos deu o curso.

Este desporto é considerado por muitos radical - embora eu não saiba bem porque é que se dá essa definição a desportos mais modernos. Na verdade, de radical só tem mesmo o prazer que proporciona ao praticante.


Baseia-se na aplicação das regras do rappel em descidas de cursos de água maioritariamente verticais. Mas o que é fascinante neste tipo de desporto radicalmente calmo é o contacto que se tem com a natureza e a partilha que se acaba por fazer com os agentes naturais - água, vento, e, nalguns casos, chuva.

Simplesmente soberbo.


Aconselho a experiência e aqui fica o link da escola Desnível que nos deu o curso de iniciação.

Boas descidas...

Heartbeats

Porque o Terminal é, já o tinha dito, local de paragem aqui fica uma razão para pararem 2 minutos e 40 segundos, apertarem as costas contra o encosto da cadeira e gozarem este momento. O Heartbeats do sueco José Gonzalez, apesar de já não ser novidade, é uma música que reúne tudo aquilo que se pode esperar numa melodia acústica bem tocada - tranquilidade!

Que estes poucos minutos sirvam para melhorar o vosso dia. O meu melhorou.

05/08/2007

Pablo Francisco

Porque nunca é demais vê-lo outra vez, aqui ficam mais algumas paródias de um talentoso chamado Pablo Francisco.

Rir e chorar por mais!




Imitações impressionantes

Este filme é um apanhado dos melhores momentos de um dos melhores imitadores de sempre! Desde actores famosos a personagens de ficção, Frank Caliendo imita-os todos, e bem!

As minhas imitações preferidas são definitivamente as do presidente dos estados unidos da américa, do Al Paccino, Robert de Niro, e do John Madden.

Deliciem-se

02/08/2007

Da ergonomia para a tampinha

A enorgonomia, além de ser ciência que estuda a relação entre o trabalhador e o equipamento de trabalho, é cada vez cuidada pelas muitas pessoas que produzem qualquer coisa material. É a ajuda que o produtor dá ao consumidor. O objectivo, julgo eu, é facilitar a utilização do produto proporcionando ao utilizador uma sensação de conforto baseada nas premissas da segurança, saúde e higiene, tendo como finalidade principal a rentabilização do modus operandi. Penso que a ergonomia é mais ou menos isto!

Compreendo a existência das Formas Luso (vem aí o Verão, pois então). Compreendo até que os vendedores se tenham preocupado com o novo design das garrafas, embora saiba que não tem nada a ver com ergonomia. Apenas marketing simbólico, representativo de uma forma estilizada, mas estereotipada, de um corpo feminino. Em suma, o objectivo desta criação foi o da, digamos francamente, venda! Compreendo isto tudo...



-"Mas então agora expliquem-me o que vem a ser aquilo das novas tampas de garrafas LUSO!?"

Tanta preocupação nas vendas, e esqueceram-se do mais importante: a abertura. Para bebermos o conteúdo, é necessária a adopção de um determinado gesto, que de tão trivial que é, nem compreendo como que se chama "desenroscar" - que nome tão pouco prático para um gesto tão simples.


Desenroscar! É verdade...
Dantes era mais fácil!!!


Ainda por cima, tenho constatado mais requisições à minha pessoa para o auxílio da abertura desta tampa, coisa que já vinha sendo feita ocasionalmente por algumas pessoas do sexo feminino que conheço, mas que agora tem vindo a aumentar de frequência, cada vez que se pede este artigo. Não estou a afirmar que me importe de demonstrar, comprovando, a superioridade do poder braçal do masculino em relação ao da mulher - até porque se sabe que gostamos sempre de o fazer, sobretudo se for à frente de muita gente. Mas com estas novas rolhas ainda corro o risco de ser gozado pela AMAGECIF (Associação Masculina de Abridores de Garrafas em Caso de Incapacidade Feminina), coisa que será certa assim que me encontre num dia de mãos suadas.


Sei que, por outro lado, se poupa algum petróleo com diminuição do tamanho da tampa. Mas será mesmo por isso que lhe reduziram o volume!? Ou terá sido, simplesmente, um dia de má inspiração de um criador estagiário que tinha as mãos, e a testa, pequenas?
Aumentem lá a tampa, vá!!! E vão também ao dicionário ver o que é que quer dizer ergonómico.

31/07/2007

Quem é a Joana?

Durante o nosso dia-a-dia usamos frequentemente lugares comuns e expressões que não damos conta. A maior parte dessas frases representam ideias compostas repletas de sabedoria popular e de conhecimento de causa.

A utilização de um Tás aqui tás ali na altura certa, por exemplo, pode significar uma preponderante tomada de posição, importantíssima para o esclarecimento conjunto da lei do mais forte. Não é uma ameaça! É uma opção, não muito agressiva mas taxativa, de manifesto desacordo que, normalmente, responde a uma ofensa, uma provocação, ou mesmo uma insinuação pouco simpática por parte de alguém que, em princípio, nos conhece!

Esta é uma das grandes vantagens da nossa língua! Sim, da nossa! Porque apesar de as haver noutras línguas, as expressões que utilizamos quotidianamente são infinitamente superiores em número às de qualquer outro idioma - ainda não me debrucei sobre o mandarim... Para além disso, não há traduções possíveis para tantas frases-feitas que empregamos (algumas são tão brilhantes que deveriam ter direitos de autor) - e não adianta dizermos a um inglês You are here, you eating on the trunk, nem tão pouco You are here, you are there!!!

Se quisermos, podemos ver que quase todas têm mais ou menos uma explicação lógica. Atendendo ao anterior exemplo (aquele do "tás aqui, tás ali") depressa concluímos que o orador pretende fazer deslocar o corpo do ouvinte para outro lugar que não aquele onde se encontra presentemente, fazendo adivinhar um iminente soco, tipo upper-cut, com alguma força.

Mas no meio de tantas expressões que usamos, nunca ninguém me explicou quem era a Joana?


Ainda ontem, a ralhar com os meus cães - qualquer adepto dos canídeos sabe que eles entendem uma boa reprimenda, afirmei vocativamente: Ó meus grandes sacanas, isto não é a casa da Joana! Também podia, pura e simplesmente, ter feito a seguinte pergunta retórica, versão resumida da expressão anterior: Isto é o da Joana, ou quê!?

Mas quem sou para falar mal de uma pessoa que nem conheço? E mais...aquele artigo definido masculino da segunda expressão "isto é o da Joana" remete para o quê!?

Fica, por isso, o conselho: Não voltemos a falar na pobre coitada que, provavelmente e avaliar pela quantidade de tempo que se fala nela, já deve ter morrido, muito menos da casa dela! Se se entender continuar a usar da falta de respeito para com essa pessoa, pelo menos que se coloque um Sr.ª D.ª antes do nome.

Quanto a mim, vou começar a utilizar a expressão que muito melhor se coaduna com situação de se refilar com alguém, ou algo, quando se quer manifestar desagrado pelo acto mal praticado e pela desordem constatada:

- Mas o que é isto?...Isto é Bagdad em dia vitória da Taça da Ásia, ou quê!?

Pode-se, ao invés mas também, usar apenas um "Isto é o da Maria, ou quê!?..." Quanto mais não seja para poupar a Sr.ª D.ª Joana, e, já agora, o não sei quê dela.

Curta #1




Gosto mais de gritar para a montanha do que rezar para o céu. Prefiro o eco ao silêncio.

26/07/2007

Flexões repetidas

Tenho um relógio na vontade de bordo a dar horas de enjoo por não saber o que acontece amanhã.


Mas nem por isso deixo de "olhar para a esteira que se deixa na popa".
(Arturo Pérez-Reverte in Cemitério dos Barcos sem nome)

23/07/2007

24 minutos de pura realidade

Não vou comentar este próximo video! Não só porque tem 24 minutos (aviso desde já aqueles que o quiserem ver por inteiro), mas principalmente porque é quase inacreditável.

Parece que só os estudantes e PROFESSORES de Harvard e de Princeton é que foram os únicos a revelar uma tremenda cultura geral (ou se calhar não!).


God bless America...
...Porque se God não abençoar a América, não sei quem é que o fará!

Bom filme!...

22/07/2007

Mais outra tentativa!

NO PRELO


Estou no prelo!
E estarei sempre,
Enquanto for Sul.

Estou amarelo!
E desde encarnado,
Que me sinto azul.

Estou no prelo.

Mas para a Sorte
E para o Senhor,
Não pus despertador;
Porque não acordo
Com esse martelo,
E ainda hei-de ir pra Norte.

Estou no prelo,
A ser impresso!
Estou dormindo,
E mais não peço!
(Um dia destes tiro o gesso!
Mesmo que acorde já sem cabelo).

20/07/2007

Arqueologia como resposta!

A maior parte das pessoas que me perguntam o que é que eu faço, ou qual é a minha formação profissional, rasga logo um grande sorriso depois de ouvir a resposta: "Sou arqueólogo!" - mesmo que não façam ideia do que isso quer dizer!

Dentro desse grande grupo de indivíduos, destaca-se predominantemente aquele sub-grupo dos pessimistas que depois do tal rasgo de fascínio espontâneo exclamam: "Ééépááá, mas isso não dá para ir logo para o desemprego!?"


Como é que eu hei-de começar por responder!?... -"Pois" parece-me a conjunção mais diplomática para aquelas alturas em que a conversa se despacha com um café de 5 min., não dando sequer tempo à chávena para se habituar ao conteúdo.

Efectivamente não há muitas garantias para o futuro de um Arqueólogo embora o trabalho não falte e mesmo que este não se vista de contracto seguro. Trabalho há sempre. Emprego...

...bem, quanto ao emprego falo depois!


Em relação àquele sorriso sincero da maioria das reacções que observo depois da minha resposta, posso garantir que se baseia na ignorância bem intencionada! Porquê!? Simples. Porque escavar e encontrar "tesouros" é apenas a décima parte do que se faz para se ser Arqueólogo. É apenas a parte melhor da actividade. É apenas o prémio depois da labuta. É, para tentar embelezar um bocado a escrita tipo Alçada Baptista e para acabar com os É's, a mousse de avelã e amoras que se delicia num Marina-Plaza qualquer antes vir a factura.

Há-que fazer investigação; há-que fazer desenhos; há-que fazer relatórios; há-que fazer orçamentos; há-que cumprir prazos; há-que ler outros relatórios; há-que prospectar!...


-"Prospec...quê!?"


Ora aí está! Prospectar. Andar de olhos no chão, qual perdigueiro, à procura de algum indício material de ocupação humana! Procura-se tudo! Recolhe-se quase tudo! e, na maior parte dos casos, não se encontra rigorosamente nada.

Por isso quando me voltarem a perguntar legitimamente - O que é que fazes mesmo!? - e eu responder que sou Arqueólogo, não sorriam logo a pensar que sou um Indiana Jones com olhos postos no Centro de Emprego.


Pensem que sou, em vez daquilo, apenas mais um trabalhador-contribuinte em busca da Arca Perdida (mas sem os efeitos especiais).


19/07/2007

Modas medíocres

A moda é um vírus que não atinge só aqueles que se preocupam com a indumentária. Atinge-nos a todos e em tudo aquilo que fazemos. Mas, sejamos honestos connosco, é um estirpe muito fácil de curar.

Por partes. Tudo o que se torna moda, seja ela a maneira de vestir, a maneira de falar, ou até de beber e comer, tudo aquilo que se torna recorrente numa determinada altura tem tendência a desaparecer. Não só a desaparecer como a não voltar a ser lembrado!


Tirando numerados exemplos (estou a lembrar-me da mini-saia não sei porquê!!!), a maior parte dos objectos que se tornam "moda" transforma-se rapidamente em coisa corriqueira e obsoleta. Tomemos como exemplo as bandeiras penduradas à janela durante o Euro 2004.


Mas quero-vos falar concretamente de uma moda que tem assolado a TV. Qual!? A moda das séries televisivas.

Motivadas, certamente, pelo aumento da utilização do DVD, as indústrias produtoras deste antigo formato de ficção começaram a apostar all-in. O que resultou daí foi uma panóplia de séries de todos os formatos, feitios e até mau-feitios.


No que começou por ser um conjunto (E.R.; CSI; Lost, Dr. House; Sex and the City), é agora uma febre com poucos sinais de melhoras imediatas. Porque senão reparem: Desperate Housewifes; Bones; 24; Prison Break; Heroes; Nip-Tuc; Supernatural; What about Brian; Grey's Anatomy; e tantas outras, já para não falar nas de comédia, são apenas o começo de um percurso que vai ganhar cada vez mais nomes, e menos Fame.

O que é que se passa!? Que é uma competição de cadeias televisivas americanas já nós entendemos! O que eu não entendo é porque é que nós, portugal da Europa dos, por enquanto, 27, temos de engolir o que se mastiga na parte norte do novo continente.


Gosto de algumas, não escondo. Até porque a hipótese de optar entre o Inspector Max e o Lost não oferece muitas alternativas, a não ser que sejamos masoquistas. Mas mesmo aquelas de que gosto não deixam de ser modas que brevemente se sumirão. Além disso, julgo que irá ser muito difícil classificar daqui a uns anos alguma destas séries como sendo "de culto". Então para quê a corrida desenfreada à audiência se tudo isto se vai esquecer como que se de um síndrome Joe Berardiano se tratasse - e tão depressa que se tratou desse vírus.


Mas há uma coisa que me preocupa seriamente (e não seriemente)! É a doença crónica da tendinite que os zappings poderão causar a todos aqueles que insistirem em encontrar uma boa ficção de 50 minutos numa corrida de trinta canais! Até agora ainda não foi diagnosticada nenhuma doença de tendões aqueles que optam por virar páginas, em vez de premir o page up.


Só mais uma questão: Será que o Joe Berardo tem tendinite?...

18/07/2007

Músicas dos Gota

A pedido de muitas pessoas coloco aqui os links de algumas das músicas dos Gota para as puderem descarregar.

Boas escutas!

http://media.putfile.com/14-Viaja-em-mim-Acustico

http://media.putfile.com/13-O-meu-pedido-Acustico

http://media.putfile.com/11-Suaves-Horizontes

http://media.putfile.com/09-Crescer-depressa-demais

http://media.putfile.com/07-Viaja-em-mim


Atenção: estas músicas não foram descarregadas ilegalmente da Internet! Foram convertidas para mp3 a partir de um CD original e colocadas na Internet posteriormente!

O que é a Geoarqueologia?

Outra das promessas que fiz no Terminal foi a de que iria falar sobre a minha área de investigação - a Geoarqueologia.

Ora mas o que vem a ser isso da Geoarqueologia!? É simples, mas complicado de explicar (pelo menos em menos de dez linhas - desculpem).


Muito resumidamente a Geoarqueologia não uma ciência. É antes um conjunto de ciências que auxilia, mas de modo independente, a Arqueologia nos estudos do homem.
São várias ciências da Terra que investigam tudo aquilo que a Arqueologia não explica! Para dar alguns exemplos, posso dizer-vos que a Geologia (com as suas ramificações subsequentes - Sedimentologia, Petrologia, Mineralogia, Estratigrafia, etc.), a Geografia (Geografia Física, Geomorfologia, Climatologia, etc.), são apenas duas das principais áreas de abordagem geoarqueológica possíveis.


Outra área que tem sido fortemente desenvolvida nos últimos é a Micromorfologia. Dependente de microscópios, esta disciplina é aplicada, não só à Arqueologia, mas também à Agronomia, à Engenharia de Solos, à Geologia, etc.


Mas, então, porque é que eu, arqueólogo oriundo do ramo das Letras, me "meti" nesta área muito mais ligada ao ramo das Ciências? Boa pergunta! É tão boa, que nem eu próprio sei responder. Não posso, contudo, deixar de tentar fazê-lo.


Cedo me apercebi de muitas das limitações interpretativas da Arqueologia, mais concretamente da Arqueologia praticada em portugal (lá está o nome do país com letra minúscula). Sendo uma matéria de muito poucas certezas, a Arqueologia dos dias de hoje ainda peca por incompleta. Isto é, há-de ser sempre menos segura que a História clássica, sabemos! Mas embora nalgumas situações se possa dar como dado garantido uma certa explicação, esta seria muito mais validada se se fizessem estudos geoarqueológicos paralelos que complementassem e/ou refutassem as interpretações dos arqueólogos.


Como exemplo, e de acordo com um dos meus recentes trabalhos, podemos saber que tipo de paisagem existiu num determinado sítio - coisa que a Arqueologia por si só não consegue fazer - se interpretarmos a evolução de vertentes do terreno. Através da Geomorfologia e da Geologia podemos fazer reconstituições paleoambientais de uma determinada área geográfica de modo a preencher um vazio informativo, levado a cabo pela acção isolada de estudar os materiais e locais usados pelo homem nessa zona. Podemos, inclusive, saber que tipo de vegetação existiria na região através de recolhas de amostras de solos arqueológicos (Micromorfologia). Mas este é apenas um dos contributos que a Geoarqueologia pode dar aos estudos arqueológicos...


...E é isto que eu tento fazer, embora neste país seja difícil enveredar por uma carreira de investigador, convenhamos!


Mais tarde falar-vos-ei da minha outra área de interesse - a Arqueossismologia!

Nada a dizer!?

Mais um dia, mais um post.

Não sei se chegaram a ler, mas no dia da inauguração do Terminal 23 prometi várias coisas. Algumas das quais tinham a ver com a colocação periódica de algumas divagações menos prosaicas. Aqui está uma delas:

NADA A DIZER

A não ser...
Dos gordos de boca aberta,
Da vizinha chica esperta
E o cão que só ladra ao serão,
(já agora dos outros que cagam o chão),
Da insónia de chuva
No dia de Verão,
Do azar da bicha
(E essa outra de televisão),
Do vinho a garrafão
que não se sabe vir da uva,
Do adepto da frente, refilão,
Da obrigatória ficha
Para doente do coração,
Do polícia que contesta
O carro em segunda-mão;
Da inspecção,
Dos fartos capachinhos,
Dos que usam terceira pessoa,
Para falar com os filhinhos,
Dos doutores antes do nome,
Da cigana que apregoa,
Dos tios das marcas de feira,
Da casa ao pé da lixeira,
Da funcionária do lar
Que bate no velho a comer,
Do sotaque do padre beirão
(mas principalmente do sermão),
Dos “tunning’s” a acelerar,
Dos que roubam sem se saber,
Dos que dizem prometer,
Do Ferrari do porqueiro
Da Famel do carteiro,
Dos que cantam mal no chuveiro...
...E do que falta acontecer...


...Não tenho nada a dizer.

Cinema, Música e Encomendas

Três títulos, três assuntos!...

Para o primeiro assunto começo por dizer, agradecendo ao grande amigo Filipe pelo convite, que vi ontem a ante-estreia do surpreendente filme Death Proof, realizado pelo não menos espantoso Quentin Tarantino. Vi e gostei.
Da nova dupla de realização Rodriguez/Tarantino esta é apenas uma das duas surreais películas de violência gratuita intituladas Grindhouse onde o humor, que nos oferece bons momentos de prazer, pisca o olho à má educação inteligente e ao erotismo propositadamente refreado! Por outras palavras, digo-vos que é um filme a não perder. Pelo menos aqueles que estão fartos de filmes pouco originais.
Está dito. E apesar de não ter "Penim" como apelido, recomendo! Já agora, o outro filme, Planet Terror, estreará lá mais para o Outono...

Para segundo assunto deixo uma outra sugestão, desta vez musical! Recomendo-vos vivamente os Global Tourists. Porquê!? Antes de mais nada porque sim! Depois porque não!? Se têm qualidade efectiva e efectivada naquilo que fazem , que diabo, então merecem ser ouvidos.
Explico. São um grupo exclusivamente instrumental que funde o Jazz, o Folk, o Blues, e a música Grega numa mescla de bons aplicativos sinfónicos e de boas concordâncias de sustenidos que não se ficam apenas pelos Dó-Sol-Fá's maiores. Muito bons. Prometo colocar uma ou duas músicas deles aqui no Terminal 23 em breve.
Acabo com outra recomendação. Esta é referente a um site onde se podem comprar T-shirts oficiais das bandas que mais gostamos. Feito a partir de uma ideia original de Filipe Faustino, o site tem vindo a ganhar adeptos e, mais recentemente, até já figurou em festivais musicais de Verão. Visitem o Unkind que eu garanto que não se arrependem.

17/07/2007

Pablo Francisco - Um dos melhores comediantes da actualidade!!!



Saci Pereré

Há inúmeros temas que nos perturbam! Existem muitas questões que nos acompanham durante a vida e para as quais não temos qualquer resposta! Não é assim!? Como por exemplo a clássica dúvida do "Quem sou eu!?" ou mesmo aquela do "Que é que eu estou aqui a fazer!?".

É portanto com imenso orgulho que passo a explanar outra questão que seguramente nos importunou toda a vida:
-"Porque raio é que o Saci Pereré tem só uma perna!?"

Ora aqui está uma dúvida pertinente! Podemos tentar responder a esta pergunta se pusermos a hipótese de que o Sítio do Pica-Pau Amarelo se situava numa antiga ex-colónia portuguesa e que, por isso mesmo, teria tido ainda alguma mina espalhada pelo recinto, na altura em que o Saci era puto e que jogava à bola com fita-cola enrolada!
Com isto, e por causa desta, surge-nos logo outra dúvida: Será que, nos dias de hoje em que a censura hipócrita americana está sempre presente, a série televisiva é aconselhável para menores de 16 anos!? Pois bem, na minha opinião parece-me que não! Senão vejamos:
Para começar há uma clara e vigente discriminação sexual na atribuição dos nomes dos personagens principais (Pedrinho tem direito ao nome, enquanto que a Narizinho só tem direito à alcunha). Depois, e não falando no outro tipo de discriminação (estão a imaginar o Pedrinho sem uma perna, não!?) colocam o Saci a fumar!? (Irra!...não podiam ter arranjado umas moletas ao pobre coitado). Finalmente põe uma personagem de Terror, a Cuca que de cuco não tem nada, com o focinho de um crocodilo a aterrorizar os arredores!
Não me admiraria que depressa fizessem uma nova reposição da série infantil, mas desta vez com a supervisão dos e.u.a. O que é que daria!? Qualquer coisa do género:
O Pedrinho passaria a ser Little Sam e a Narizinho passaria a ter um nome próprio que podia ser, por exemplo, Martha (futura militante de um partido feminista qualquer). O Saci chamar-se-ia Bob, teria três pernas (para compensar o trauma de 20 anos), deixava de fumar cachimbo e passaria a andar sempre com uma lata de Coca-cola na mão, andaria embrulhado com a boneca de trapos e seria um fuzileiro perito em artes marciais! A Cuca com medo do "nigga" fuzileiro apresentaria a demissão e iria trabalhar para as tele-vendas, num anúncio de máquinas de abdominais! Sim, porque isto de animais falantes que aterrorizam criancinhas poderia provocar trauma nas mentes brilhantes dos futuros aniquiladores de espécies animais protegidas, aniquiladores esses, principais distribuidores de tabaco em todo o mundo!
Outra coisa que me parece óbvia é preferência clubística do afro-perneta! (com aquela boina vermelha não engana ninguém). Não estranho essa opção - se nos guiarmos pelos comentários fervorosos dos benfiquistas até o Papa deve ter o nº de sócio 200.000.000! O que eu estranho é demora da sua contratação como jogador!
Garanto que se fosse contratado para jogar futebol ninguém lhe ia passar a bola por debaixo "da
perna".
Mas ainda não respondi porque é que o Saci só tem uma perna! Pois não!? Acho que a Rede-Globo também não sabe responder...

16/07/2007

Apresentação

Antes de qualquer extravio do raciocínio quero justificar o aparecimento deste blog:

Embora o seu nome possa fazer lembrar um aeroporto, verdade é que aqui não se compram bilhetes, nem se reservam lugares à janela! Não se trata de um sítio de check-in's, mas sim de "check-it-out's" (concordando com o anglicismo)!

Como é meu, utilizarei este espaço para expor assuntos pessoais, mas transmissíveis, que de um dia para o outro poderão variar de conteúdo e de profundidade/altitude. Não esperem, portanto, encontrar no Terminal 23 as respostas para os exames nacionais de matemática, nem tão pouco a explicação do filme 2001 - a Space Odissey do portentoso Stanley Kubrick.

Na primeira das últimas mensagens deste blog (ou seja esta!) explico, desde já, que a minha conduta cogitativa não tem nenhuma orientação política - embora admita que pus o texto à esquerda de propósito. O que não escondo no Terminal 23 é a minha opção clubística orgulhosamente verde! Ouvirão falar ocasionalmente desse grande clube de portugal que é o Sporting...

(Serão frequentes as referências ao nome do nosso país com letra [p] minúscula. Pelo menos até que os impostos sejam reduzidos e os ordenados mínimos aumentados)

Serão postas rubricas recorrentes sobre a arqueologia e geoarqueologia, não só porque são matérias que fazem parte da minha área profissional, mas sobretudo porque são temas que ocupam a maior parte do meu tempo. Tentarei, contudo, não ser massudo sem deixar de ser didáctico.

Finalmente, e para acabar esta nota de boas-vindas, quero informar que são também esperadas ocasionais divagações abnegadas, ablactadas da intenção despretensiosa de as tornar versos, que poderão ser consideradas poesias - se assim o leitor quiser.

E é tudo por agora, o que é o mesmo que dizer que foi muito pouca coisa.


o Blogger,
João a.k.a.