11/12/2007

SAFEM-SE OS DOUTORES

Esqueçam-se, por breves instantes, de que somos o país com maior índice de insucesso escolar na Europa. Esqueçam-se ainda que os nossos estudantes têm das médias europeias mais baixas. Estão esquecidos !?...

…Então agora, e analisando somente aqueles “heróis” que conseguem acabar um curso superior, contem o número de “doutores” que habitam entre nós. Mas antes de contar respirem fundo, porque vão demorar algum tempo.

O nosso país, que importam aqui as glórias passadas, tenta agora dobrar o cabo de crise que tanto o atormenta, e, navegando sem vela, num barco de casco roto, de patilhão antigo, e com a corrente sempre contrária, não protege aqueles que mais vão ter que remar no futuro. Só que esses, mal saem das escolas de remo, os que saem, já querem ser doutores timoneiros, passando os remos para os outros que ainda não têm força.

Chegados ao Instituto Superior de Vela, sonham com a futura farda de Almirante. Aquela que ostentará medalhas de canudo, e que começam por Dr.

Porque o que é importante é querer comandar, desprezemos aqueles que remam, que, com sorte, talvez não saibam nadar se o navio nacional for ao fundo. E se for, então que se safem os que sabem nadar. Porque desta política para “safar”, percebem aqueles que a fazem.

É na condição de doutores da ideologia do suficiente, que nem cruza oceanos nem se afunda, que os agora Doutores almirantes vão querendo liderar os barcos, mesmo que sejam uns pequenos salva-vidas.

Superior é o curso, e DR a designação. E já se quis ser doutor. Agora quer-se ser alguém, entre os doutores que somos todos nós.


Tantas graduações, tantos mestrados, tantos doutoramentos. A este país de doutores, onde os verdadeiros estão lá fora e os que se safam são safados, digamos Basta. Ou melhor, Safa!!! – Ai, desculpe senhor Doutor!...

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