28/09/2007

Referendo

Anuncio os resultados da votação que tinha colocado neste blog. À questão Concorda com o espancamento de Gonçalo da Câmara Pereira em Praça pública?, a hipótese Só se o puder atear com querosene ganhou com maioria absoluta (24 votos - 58%). Em segundo lugar (10 votos - 24%) ficou a hipótese Sim, mas devagarinho.

As restantes possibilidades partilharam 2 votos cada (4%) com excepção de uma - o Não. Esta última, ficou com três votos (7%). Levado a pensar que deve ter sido engano dos eleitores ou, melhor, erro informático, o júri decidiu por unanimidade ignorar este último resultado.


Encarregar-me-ei de encaminhar este post para o Parlamento, e assegurar-me-ei da sua devida leitura em Assembleia Parlamentar.


O Blogger


João Araújo Gomes


PS: Obrigado pela votação

O Tuga!

Expressão relativamente recente, Tuga é uma palavra em voga! Ela é tão usada nos dias de hoje que até acho que o Prontuário Ortográfico deveria inserir uma nova classificação para ela: Adjectivo Sintético Orgulhoso.

Senão vejamos,

Pequena situação fictícia:


...-"Então mas a senhora não viu mais nada!?"
-"Não Sr. Agente! O que eu vi foi o taxista a dar três tabefes no homem do gás!"
-"Mas não sabe porque é que foi?"
-"Sei. Foi por causa da factura que vinha com um engano!"
-"E como é que foi a agressão? Tinha alguma arma!?"
-"Não Sr. Agente, foi mêmo só ao soco!"

Ao saber desta história no dia seguinte pela pessoa de D.ª Alzira, o Marcelino do Talho respondeu: "Acho bem. Eu tinha-le dado mais duas. Mesmo à Tuga!!!"


Pequena situação fictícia (2):

...-"Trouxeste as sandes de atum?"
-"Bolas homem, já te disse que os miúdos são alérgicos ao marisco!"
-"Ó minha cabeça de pneu, atum é marisco!?"
-"Olha, agora já está! Comes de panado e acabou-se"
-"E as minis? Puseste-as na geleira!?"
-"Pus! Ó Homem cala-te e põe o carro a trabalhar!"
-"Ó Pai o Nelson tá-me a mostrar os macacos!"
-"Ai o caneco, daqui a bocado ninguém vai Costa e vai tudo pa casa da Avó Maria!"

Sr. António, vizinho do 4º andar, passou ao lado do carro da família estival e ouviu o grito de revolta do patriarca. Ao mesmo tempo que alivia a marca na barriga deixada pelo elástico do fato-de-treino, sorri baixinho para o palito: "Ah ganda Zé! Mesmo à Tuga!!!"


Por outro lado, Tuga também se pode usar para dar ênfase a uma descrição ilustrativa de uma determinada classe. Social!? Não! Classe nacional! Por outras palavras e exemplificando mais um bocado, podemos também ofender alguém se lhe chamarmos Tuga na altura certa:

-" Mas a Sr.ª está a pensar que vai passar à minha frente!? É mêmo à tuga! Faz-se de distraída de passa-nos à frente! Isso é que era bom! Vá lá retirar a senhazinha que isto aqui há congelados pra todos. E não se preocupe que eu não lhe roubo a pescada!..."


Enfim, é uma expressão, convenhamos, bastante plástica e sucinta para descrever uma característica universal do ser humano mal formado, mas que se aplica na perfeição aos portugueses que insistem em praticar a política do Safa! Exclusivamente nossa? A não ser pela origem evolutiva nominal Português/Portuga/Tuga que faz com que seja mais lógico que só se aplique a expressão Tuga aos portugueses, O Tuga pode ser qualquer um.


Queremos é teimar que somos mais espertos e diferentes sem termos a consciência de sermos iguais a outros tantos europeus que, como nós pretensos Tugas exclusivos, se orgulham do próprio país enquanto houver sandes de coirato e não for proibido cuspir para o chão.


Com isto pode concluir-se que o Tuga, apesar de expressão nossa, é muito mais que uma classificação de um determinado tipo Português. É a classificação de um fulano que se julga Chico, embora José, sempre esperto; carapau, embora cherne, de corrida.


E lá vai indo o país como pode e como não pode, sempre criativo e, agora, armado em Bordalo Pinheiro a inventar expressões.

(Aposto que foi um Tuga que a inventou!)

24/09/2007

...Obrigado

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Deixaram a minha norma arrumada no bolso durante dois minutos. Roubaram-me normalidade e só ma devolveram depois com abraços. Ofereceram-me uma linha que usei para amarrar o estômago e que só se partiu com os sorrisos dos outros.

Esses outros, enormes, serviram-se de mim para obter o prazer egoísta das oferta sem recibos, a sensação de conforto retirada da lembrança, o gosto saboroso do bolo da surpresa. Ganharam no fundo alegria. Ofereceram-me aquilo que eu acho que não cabe na palavra amizade: Sorrisos - tudo.

No dia 23 de Setembro, e organizada pela pessoa que mais respeito no mundo, a festa esperava-me impaciente, já sem jeito para se sentar nem forças para não gritar, num qualquer sítio que nem precisava de local certo e que passou da estereotipada decoração à mágica ilustração em menos de 3 segundos após se soltarem as vozes mal presas dos meus amigos.

Este texto, insuficiente, quer agradecer uma das melhores prendas que me deram até agora. Quer dizer a todos eles que o gesto sincero da presença se tornou muito mais que lembrança. Agora recordação. Sempre saudade.

Voluntário e já expurgado das intermitências lacrimais, agradeço o presente prazente e, ainda de espanto aberto, abraço-vos a todos com um grande Bem hajam.

Permeável e Permanente,

João