19/07/2007

Modas medíocres

A moda é um vírus que não atinge só aqueles que se preocupam com a indumentária. Atinge-nos a todos e em tudo aquilo que fazemos. Mas, sejamos honestos connosco, é um estirpe muito fácil de curar.

Por partes. Tudo o que se torna moda, seja ela a maneira de vestir, a maneira de falar, ou até de beber e comer, tudo aquilo que se torna recorrente numa determinada altura tem tendência a desaparecer. Não só a desaparecer como a não voltar a ser lembrado!


Tirando numerados exemplos (estou a lembrar-me da mini-saia não sei porquê!!!), a maior parte dos objectos que se tornam "moda" transforma-se rapidamente em coisa corriqueira e obsoleta. Tomemos como exemplo as bandeiras penduradas à janela durante o Euro 2004.


Mas quero-vos falar concretamente de uma moda que tem assolado a TV. Qual!? A moda das séries televisivas.

Motivadas, certamente, pelo aumento da utilização do DVD, as indústrias produtoras deste antigo formato de ficção começaram a apostar all-in. O que resultou daí foi uma panóplia de séries de todos os formatos, feitios e até mau-feitios.


No que começou por ser um conjunto (E.R.; CSI; Lost, Dr. House; Sex and the City), é agora uma febre com poucos sinais de melhoras imediatas. Porque senão reparem: Desperate Housewifes; Bones; 24; Prison Break; Heroes; Nip-Tuc; Supernatural; What about Brian; Grey's Anatomy; e tantas outras, já para não falar nas de comédia, são apenas o começo de um percurso que vai ganhar cada vez mais nomes, e menos Fame.

O que é que se passa!? Que é uma competição de cadeias televisivas americanas já nós entendemos! O que eu não entendo é porque é que nós, portugal da Europa dos, por enquanto, 27, temos de engolir o que se mastiga na parte norte do novo continente.


Gosto de algumas, não escondo. Até porque a hipótese de optar entre o Inspector Max e o Lost não oferece muitas alternativas, a não ser que sejamos masoquistas. Mas mesmo aquelas de que gosto não deixam de ser modas que brevemente se sumirão. Além disso, julgo que irá ser muito difícil classificar daqui a uns anos alguma destas séries como sendo "de culto". Então para quê a corrida desenfreada à audiência se tudo isto se vai esquecer como que se de um síndrome Joe Berardiano se tratasse - e tão depressa que se tratou desse vírus.


Mas há uma coisa que me preocupa seriamente (e não seriemente)! É a doença crónica da tendinite que os zappings poderão causar a todos aqueles que insistirem em encontrar uma boa ficção de 50 minutos numa corrida de trinta canais! Até agora ainda não foi diagnosticada nenhuma doença de tendões aqueles que optam por virar páginas, em vez de premir o page up.


Só mais uma questão: Será que o Joe Berardo tem tendinite?...

1 comentário:

Miss Jones disse...

Sô Zé:

Tem toda a razão. Actualmente, as séries fazem-se à dúzia deixando ao teledependente como eu uma dificil tarefa de triagem. Porém, devo saltar em defesa das mesmas e só peço que seja daquelas modas tipo mini saia.

Quando temos canais que todas as tardes fazem programas com dominós e árvores das patacas e todas as noites passam maratonas de telenovelas sobre os mesmos dramas de há 20 anos... bolas, prefiro o masoquismo de ver o dawsons' creek dobrado em português!

Por isso tudo e por tudo o resto peço aos senhores da Fox que a transformem de novo em canal aberto que os meus olhos estão a ficar queimados de tanto ler e de estar tantas horas ao computador.

Da amiga teledependente