06/01/2011

Terminal terminado

Obrigado a todos aqueles que foram acompanhando os devaneios mais ou menos frequentes deste espaço pouco espaçoso.

Esta página já não tem mais história.

FIM

30/09/2010

Quando me dás a mão

Andei de mãos mornas a apertar outras mãos mais ou menos semelhantes enquanto tentava jogar às promessas. E andei assim uns tempos. Posso até dizer-te que julguei, a dada altura, que tinha encontrado uma mão que encaixava na minha. Só que a temperatura das duas não aumentava. Não baixava.

Por acaso, e foi mesmo por acaso, encontrei-te a ti e à tua mão. Cheias de calor, mão e tu não me apertaram nunca. Não me sufocaram nunca. Abriram-me antes os dedos e as festas.
Puxaram-me para cima enquanto me obrigavam a subir de graus frios. Degraus que iam ficando mais fáceis e quentes à medida que chegava aí a cima, onde estás, e me deixavam ver o sorriso que tens, cheio de vontade de me dizer que me encontraste. Pois encontraste. Pois foi. Pois é.

A minha mão está agora contigo. O meu sorriso está agora igual ao teu. E a partir de agora subimos os dois, com as mãos juntas, até querermos dizer os dois que estamos cansados. Aí ficaremos os dois, amigos e amantes, a ver as mãos que fizemos continuarem a subir em busca das mãos que quiserem.

Eu quis a tua. E quando me dás a mão subo sempre mais um bocado.

Agora dá-me a mão outra vez e ouve esta música que me ensinaste a gostar.



Ps: Ainda fiquei mais adepto quando soube que quem compôs esta música foi o senhor Bob Dylan. Quem diria!

01/09/2010

Days of the New

Mais vale tarde que nunca. Demorou dez anos, mas esta música entrou definitivamente na minha hit list. Apresento, para os que não conhecem, The Weapon And The Wound:

21/07/2010

A Rebelião das Massas

Aqui está um excerto de uma obra que vou comprar o mais depressa possível, porque já estou farto de ser parvo. E estúpido. E pequeno.


"Circunstâncias e decisão são os dois elementos radicais de que se compõe a vida. A circunstância — as possibilidades — é o que de nossa vida nos é dado e imposto. Isso constitui o que chamamos o mundo. A vida não elege seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, num mundo determinado e insubstituível: neste de agora. Nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra nossa vida. Mas esta fatalidade vital não se parece com a mecânica. Não somos arremessados para a existência como a bala de um fuzil, cuja trajectória está absolutamente predeterminada. A fatalidade em que caímos ao cair neste mundo — o mundo é sempre este, este de agora — consiste em todo o contrário. Em vez de impor-nos uma trajectória, impõe-nos várias e, consequentemente, força-nos... a eleger. Surpreendente condição a da nossa vida! Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem um só instante se deixa descansar nossa actividade de decisão. Inclusive quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir.

É, pois, falso dizer que na vida “decidem as circunstâncias”. Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso caráter."

José Ortega y Gasset

Um dado estatístico in A Rebelião das Massas


Ps: Porque fui obrigado pela minha decisão, coloquei este texto hoje aqui. Porque sim e porque circunstancialmente hoje e amanhã...

13/07/2010

Terminal?

País
Estado
Figura?

Enorme
Ditado
Bravura?

Prazer
Inteiro
Rotura?

E agora?
Demora?

Escreve
Imprime
Moldura?

Foto
Grafia
Segura?

Acaba
Começa
Estrutura?

Para ti,
Para mim,
Quem jura?

Ponto
Página
Assinatura!

03/07/2010

Palavras para

Palavras para tudo.
Tudo são palavras.
São inquestionáveis precisas
Definições de veludo.

Põem-se palavras no mundo.
Mas pôr o mundo em palavras?...
Palavra é uma palavra.
E as Palavras um segundo.

Até eu tenho Palavra,
Só não tenho é letra certa.
Mas cultivo-me e trabalho
Na terra que a vontade lavra.

Palavras que se escrevem
E que se calhar todos conhecem.
Acordo? Apalavrado!
Poema? Palavreado!
E Amor é uma Palavra
Doença de que todos padecem.

Palavras que se lêem
E que se calhar ninguém vê.
Justiça? Palavra de ordem!
Confiança? Palavra de honra!
Palavras para tudo,
Palavras para quê?...

30/06/2010

A equipa Portuguesa, ou a Selecção

Já com o fim do meu trabalho à vista, e por "fim" entenda-se início de uma outra vida muito melhor porque mais lucrativa, ganhei um tempinho - apetece-me dizer "ganhei" em vez de "perdi" se não se importam - para vir aqui chutar um desabafo (não sei porque raio os termos estão a fugir-me para a vertente desportiva). Ei-lo:

Porrrrrrrrrrrrrra. Que trampa de jogo fizemos nós contra a Espanha! Foi mau. Muito, muito mau. Mau em tudo. Na táctica, na força, no espírito. Pois está claro que perdemos.

Já a Espanha jogou com segurança, sem protagonismos nem preconceitos, orgulho. E embora ser espanhol por esta altura também não deva ser fácil, o facto é que durante alguns dias, podem, nuestros hermanos, estar orgulhosos da homenagem mundial que lhes foi feita pelos seus seleccionados.

Sem querer armar-me em Chico, porque só sou esperto às vezes, e muito menos em pretensioso, porque também não sou Rui nem Santo(s), arrisco-me numa análise muito curta do jogo que envergonhou, posso dizer assim, Portugal.

Na primeira parte, e passado o primeiro "lusco-fusco" (5/7 minutos segundo Ricardo Araújo Pereira) de caudal ofensivo espanhol, e digo ofensivo porque nos ofendeu o orgulho, a nossa selecção ganhou rigor e calma e contrapôs a justiça, chegando mesmo a assustar o guardião espanhol com alguns remates perigosos.

Na segunda parte, se é que podemos dizer que o jogo teve efectivamente outra parte que não a primeira, vimos a Espanha a jogar futebol. E foi isto. Um golo, que embora até tenha sido marcado em fora-de-jogo, só não foi acompanhado de mais uns quantos porque o Eduardo, bom guarda-redes, evitou que o jogo tivesse um resultado semelhante ao Norte-Coreano.

Não há muito mais a dizer sobre uma equipa que não quis jogar mais do que aquilo. É verdade que a selecção espanhola, com a organização táctica que impôs, dificultou as acções ofensivas da nossa equipa, mas o que também é verdade é que não conseguimos jogar mais porque não quisemos. Se tivéssemos querido, e crido, tínhamos ganho, porque jogadores bons não nos faltam.

A culpa é do Queirós!? É o que alguns dizem... Eu não acho! Este senhor, que dizem que até é muito simpático, não sabe mais. Ou já se esqueceram da péssima qualificação que fizemos para o Mundial 2010 repleta de empates e derrotas contra países muito inferiores ao nosso!?... Este senhor foi o mesmo que enquanto treinador do Sporting só conseguiu ganhar uma Taça de Portugal, numa altura em que o Sporting Clube de Portugal tinha uma das melhores equipas de todos os tempos (é unânime até entre adeptos de clubes rivais). A culpa é do Queirós!? Quanto muito seria da Federação que decidiu colocá-lo lá como treinador, isso sim.

A culpa é do Cristiano Ronaldo!? É o que outro dizem... Eu também não acho! Este puto, com indubitável talento para o futebol, não sabe jogar na selecção. E julgo que não sabe por uma razão muito simples! Porque, e ao contrário dos clubes onde joga e jogou, na selecção nacional entende a língua que lhe falam. Julgo que o Ronaldo só é bom jogador nos clubes porque quando lhe dizem uma coisa em Inglês ou em Espanhol, acaba por fazer exactamente o contrário. Não entende peva. Mas lá que tem jeito para a bola, tem! Quando alguém lhe diz em Português: "Ronaldo centra... chuta...passa", o gajo centra mesmo...chuta mesmo...passa mesmo, e dá asneira. Deixem lá o puto sozinho a fazer o que ele sabe e vão ver se ele não vai jogar que se farta!

A culpa é de quem, então!? Não sei. Mas minha é que não é de certeza. Culpem a Espanha porque foi sobremaneira superior ao nosso futebol comezinho e tímido, temperado com a falta de patriotismo natural de alguns menos portugueses que envergam a nossa camisola. Mas não culpem o Queirós nem o Ronaldo. Um é incompetente e se não me engano, depois disto, vai treinar uma equipa qualquer no médio Oriente. Outro, é de facto um craque, mas com muito pouco jeito para receber ordens e muito mal formado na pessoa.

O rapaz é, e desculpem o meu calão, "fução"! Espera aí!... Como é que se escreve? "Fuço" ou "Fusso"? Se é com "Ç" deve ser diminutivo da palavra focinho e quer dizer que é como um cão que não larga quando morde qualquer coisa. Se é com dois "SS" vem da palavra fosso, ou fossório, e significa que é alguém que está apto para cavar.

Parodiando para concluir, podemos dizer que se o Ronaldo é "Fusso" e está apto para escavar, e se os arqueólogos estão aptos para escavar, então o Ronaldo é arqueólogo.

(Bolas, ainda que sabes jogar à bola ó Ronaldo. Caso contrário, estarias tu nesta altura a fazer um mestrado de uma coisa qualquer à espera de ganhar uma bolsa que nem chega aos mil euros mensais...)