À volta da sensação de impossibilidade, aquela que nos costuma interromper acções mecânicas diárias de estar vivo, está tudo que não conseguimos explicar. Já desisti de tentar de perceber a morte. O fim. Os fins. Já desisti porque não consigo ir além da conclusão de que se morremos foi porque, claro está, estamos vivos.
A definição de vida, e refiro-me à biológica, passa pela simples troca de fluídos que garante a subsistência de um corpo animado. Certo? Mais coisa menos outra...
A definição de vida, refiro-me à outra - essa que não conseguimos explicar, talvez se possa tentar justificar com sensações. Espirituais, poéticas, práticas, matemáticas, estéticas... Mas seja o que for que queiramos sentir, não há ninguém que consiga demonstrar a verdadeira razão de estarmos todos aqui.
Embora lute intermitentemente contra a realização absurda de que estamos vivos por causa de nada e só porque sim, tenho de admitir que talvez seja essa a asserção mais pragmática perante a constante falta de resposta.
Tenho no entanto a ideia de que todo o ser que tem consciência de si sabe que merece ressarcimentos pelos empenhos. Justamente por isso é que os mais crédulos descansam o intelecto com a certeza da recompensa depois de uma vida sem "pecado"...
Mas não será essa a nossa única opção? Acreditar nalguma coisa que nos tranquilize? Crer no que nos faça sentir bem?... Um direito é certamente.
No que toca à minha fraca maneira de concluir existências, e para usar silogismos oriundos da falta de mais, só posso assertar que:
Morremos sempre sozinhos. Vivemos sempre acompanhados. Se os ressarcimentos nos são dados sempre por outra pessoa, então não há recompensas por morrer.
A melhor recompensa é estar vivo com e para mais alguém... Os ressarcimentos são tidos agora e por enquanto.
08/03/2009
03/03/2009
Rocky da Costa
Para todos os adeptos do desporto que queiram dar umas pêras no "Exmo." Sr. Pinto da Costa, têm agora aqui a oportunidade.
Round 1: Fight!!!
A-esquerda; S-uppercut; D-direita; Espaço-defender
Link: PlayMyGame
PS: O Sacana do velho até neste jogo é lixado!!!
Round 1: Fight!!!
A-esquerda; S-uppercut; D-direita; Espaço-defender
Link: PlayMyGame
PS: O Sacana do velho até neste jogo é lixado!!!
25/02/2009
Lei da Rolha
A partir de agora todos os arqueólogos perdem a autonomia de decisão no embargo, alteração ou interrupção de obras que possa afectar monumentos ou sítios arqueológicos. Respeitando decisões hierárquicas, os arqueólogos "têm sempre que adoptar a posição oficial e defendê-la como sendo sua, em reuniões com terceiros".
Adeus à autonomia da profissão
Reparem na cara de convicção que o Sr. Director do IGESPAR,IP Elísio Summavielle coloca quando tenta defender "como sua" uma posição de hierarquia superior...
Adeus à autonomia da profissão
Reparem na cara de convicção que o Sr. Director do IGESPAR,IP Elísio Summavielle coloca quando tenta defender "como sua" uma posição de hierarquia superior...
19/02/2009
"Zé" Seramargo
Cá vai disto:
Da amálgama de desilusões que já o tinham ultrapassado restava-lhe o menisco do discurso que ainda por cima estava lesionado desde o dia que pôs a carroça à sua frente. Não era agricultor mas cultivava desejos precipitados e ansiosos, ociosos nem por isso que ele era homem de trabalho claro está. E sua mãe que era má peça mas de museu bem antigo guardava-lhe os livros para que não se distraísse com as parvoíces do ecletismo que aquilo não dava dinheiro nenhum. Insistia pouco seguro mas no futuro que sabia ter de ser melhor que o de seu pai homem de poucas palavras e muitas chapadas cheios de erros circunflexos e de aspereza das esperas ele sim agricultor mas pouco culto porque à força adulto...
Tentativa terminada!
Era bom saber escrever como Nobel da literatura! Como seria se eu o fosse!?

PS: Esta história não é a do Saramago. É a de um Ser Amargo.
Da amálgama de desilusões que já o tinham ultrapassado restava-lhe o menisco do discurso que ainda por cima estava lesionado desde o dia que pôs a carroça à sua frente. Não era agricultor mas cultivava desejos precipitados e ansiosos, ociosos nem por isso que ele era homem de trabalho claro está. E sua mãe que era má peça mas de museu bem antigo guardava-lhe os livros para que não se distraísse com as parvoíces do ecletismo que aquilo não dava dinheiro nenhum. Insistia pouco seguro mas no futuro que sabia ter de ser melhor que o de seu pai homem de poucas palavras e muitas chapadas cheios de erros circunflexos e de aspereza das esperas ele sim agricultor mas pouco culto porque à força adulto...
Tentativa terminada!
Era bom saber escrever como Nobel da literatura! Como seria se eu o fosse!?

PS: Esta história não é a do Saramago. É a de um Ser Amargo.
16/02/2009
Flexões repetidas #2
25/11/2008
De baraços cruzados
Um autor conta o se calhar sem que a regra diga, e a noção cale. Com a decisão de respeito, gosta de prosar para a fotografia para se sentar mais feliz.
Com a escrita o autor lava o reflexo, seja de espírito, de alma, de espelho da calma... E exalta vontades latas de encómios - porque ninguém escreve para si.
Um sujeito pré-indicado complementará um discurso directo na circunstância de um lugar e de um tempo, participando no presente para se tornar autor. E sem ter a certeza do que o torna e torneia só pode, como todos, chegar ao ponto final que diz que só o futuro é que é puro e seguro porque incerto. Maduro.
Com a escrita o autor lava o reflexo, seja de espírito, de alma, de espelho da calma... E exalta vontades latas de encómios - porque ninguém escreve para si.
Um sujeito pré-indicado complementará um discurso directo na circunstância de um lugar e de um tempo, participando no presente para se tornar autor. E sem ter a certeza do que o torna e torneia só pode, como todos, chegar ao ponto final que diz que só o futuro é que é puro e seguro porque incerto. Maduro.

E se os baraços se cruzassem e a escrita não se fizesse?
24/11/2008
Advérbios de Moda
Já se sabe que todos nós temos as nossas próprias maneiras de falar com os respectivos tiques e toques na fala, produto às vezes de articulações e ligações, quais ligamentos e pontes, para que o discurso se faça sem barreiras. Mas há limites! Ou se calhar até nem há?...
Longe vai o tempo que o "Pá" era descoberto como ponto final do discurso, para depois passar a ser usado mormente numa frase de orador pretensamente porreiro que transferia, conscientemente, para o seu produto de raciocínio discursivo um carácter de condescendência e tolerância vestida de alguma comédia. Não é assim, pá!...
Ainda há bem pouco tempo nasceu um novo tipo de Tipo, fulano linguístico indefinido, usado para o exemplo conclusivo de uma conversa mais ou menos interessante... "Tipo" esta! Para além de conversas técnicas que usavam o substantivo convenientemente, por exemplo para a divisão dos peixes (de Tipo X), o "Tipo" já era somente usado para equivaler à expressão "Como por exemplo...". Ora aqui estava uma descoberta feita por um tipo qualquer, que se lembrou que o "Tipo" era uma forma (boa!?) de desenhar a ideia. Mas se fora descoberto como articulação, pessoas há que já o usam como travessão:
- "Tipo... se formos lá hoje, o gajo arranja-nos aquilo, pá!"
Ainda nos estávamos a adaptar ao "Tipo" e, sem mais (imaginação) nem menos (demoras) apareceu um outro:
Apresento-vos o "Basicamente". Reconhecem-no? Isto é "basicamente" o que se diz nos últimos tempos. Da imprensa ao ensino, os intervenientes já usam o "basicamente" como se fosse uma vírgula.
Se há coisas que me irritam ultimamente, e sem querer chamar coisa ao senhor o Paulo Bento é uma delas, o "basicamente" é para mim uma tendinite do movimento da fala propensa à ira momentânea que me faz tartamudear ainda mais.
Insurjo-me contra esta forma autista de estereotipar discursos e de, como a moda, produzir têxtil massivo que possa ser usado por todos - com a diferença de que nesta não se escolhem cores e tamanhos. Talvez o único tamanho disponível nas lojas senso comum para esta expressão seja o XU (Extra Used).
Por isto propunha que se inventasse uma nova classificação gramatical para estas palavras: Advérbios de Moda.
"Era basicamente só mais uma classificação, pá... Tipo aquelas que um gajo estuda na escola!"
Desculpem mas não resisto! Só mais esta:
"Pá...Tipo, iá! Tás a ver? Basicamente é isso!"
Longe vai o tempo que o "Pá" era descoberto como ponto final do discurso, para depois passar a ser usado mormente numa frase de orador pretensamente porreiro que transferia, conscientemente, para o seu produto de raciocínio discursivo um carácter de condescendência e tolerância vestida de alguma comédia. Não é assim, pá!...
Ainda há bem pouco tempo nasceu um novo tipo de Tipo, fulano linguístico indefinido, usado para o exemplo conclusivo de uma conversa mais ou menos interessante... "Tipo" esta! Para além de conversas técnicas que usavam o substantivo convenientemente, por exemplo para a divisão dos peixes (de Tipo X), o "Tipo" já era somente usado para equivaler à expressão "Como por exemplo...". Ora aqui estava uma descoberta feita por um tipo qualquer, que se lembrou que o "Tipo" era uma forma (boa!?) de desenhar a ideia. Mas se fora descoberto como articulação, pessoas há que já o usam como travessão:
- "Tipo... se formos lá hoje, o gajo arranja-nos aquilo, pá!"
Ainda nos estávamos a adaptar ao "Tipo" e, sem mais (imaginação) nem menos (demoras) apareceu um outro:
Apresento-vos o "Basicamente". Reconhecem-no? Isto é "basicamente" o que se diz nos últimos tempos. Da imprensa ao ensino, os intervenientes já usam o "basicamente" como se fosse uma vírgula.
Se há coisas que me irritam ultimamente, e sem querer chamar coisa ao senhor o Paulo Bento é uma delas, o "basicamente" é para mim uma tendinite do movimento da fala propensa à ira momentânea que me faz tartamudear ainda mais.
Insurjo-me contra esta forma autista de estereotipar discursos e de, como a moda, produzir têxtil massivo que possa ser usado por todos - com a diferença de que nesta não se escolhem cores e tamanhos. Talvez o único tamanho disponível nas lojas senso comum para esta expressão seja o XU (Extra Used).
Por isto propunha que se inventasse uma nova classificação gramatical para estas palavras: Advérbios de Moda.
"Era basicamente só mais uma classificação, pá... Tipo aquelas que um gajo estuda na escola!"
Desculpem mas não resisto! Só mais esta:
"Pá...Tipo, iá! Tás a ver? Basicamente é isso!"
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