18/04/2008

Os sem amigo

A única coisa que posso fazer enquanto vou gastando anos até lá chegar, é ir tentando.

Não consigo imaginar qual será o sentimento que mais preenche as vidas dos que, como eu pessoa, sobrevivem inúmeras luas em nome de uma busca qualquer, cheia ou vazia, velha ou nova, rica ou pobre, até que chegue o momento em que já não importa.

Não consigo calcular a percentagem de vazio que enche as horas mortas dos que, como eu ser vivo, ainda não morreram.

A única coisa que posso fazer enquanto vou gastando anos até lá tentar, é ir chegando. Chegando à conclusão que há injustiças. E realizando que só há injustiças porque as sentimos.

Só posso ir tentando até que consiga passar alguma mensagem a alguém.

Com amigos, claro, tudo se torna mais fácil. Menos pesado. E a ordem proporcionalmente inversa ao prazer rápido e ao sofrimento vagaroso, passa a ser realidade.

Os que não têm amigos nem sítios nem nada, têm muito mais tempo para pensar no que não têm.

Até lá, e enquanto vou tentando compreender porque é que existe vazio, vou também tentando fazer melodias como esta:

1 comentário:

Madalena disse...

Os sem-amigo... Lindo! Beijinhos, João!