09/01/2008

...

Parti a planta pelo caule
Só porque a queria cheirar e ver;
Só porque a queria ter.

Gostava tanto dela
Do seu aroma e do seu cheiro
Do prazer que me dava ao olhá-la de primeiro
Que a fechei num cristal;
Num palácio primordial
Para que a essência dessa flor
Não se tornasse só estival.

Por acidente, mas por mim,
Parti-lhe a redoma um dia.
O seu talo decrescia...
Mas as flores que trazia
Estavam belas todavia
Sem que o cheiro chegasse ao fim.

Àquela mais pequena planta,
Agora flor de pouca haste,
Vou plantá-la em terra santa
Com um nó na garganta,
Mas para ver se renasce
E para que mais cheiro garanta:

- Cresce;
Quero que cresças por ti.
Quero que exales perfume!
E não posso ter ciúme
Dessas folhas já tuas
Que um dia quis e vi;

Quando os teus ramos e folhas
Derem sombra e temperatura
Deixa-me só olhar-te, absorto;
Deixa que ajeite o meu conforto
Debaixo dos galhos das escolhas
Que serão sempre tuas, ternura:
E deixar-me-ei estar aí
Até que vejas com altura
Que estou feliz e nunca morto.

2 comentários:

Anónimo disse...

NO jardim das nossas vidas
Plantamos sonhos, desejos, erros e frustações.
Não façamos da nossa colheita
Todo o bicho que alguma fruta deita.
Mas deixemos que as memórias cumpridas
Nos façam sentir vontades e emoções
Para que o sonho, o desejo e o engano
Nos mostrem que afinal, ERRAR TAMBÉM É HUMANO!

Anónimo disse...

frustrações...